sexta-feira, 17 de maio de 2013

Ética Empresarial: Discernimento e Criticidade no Posicionamento do RH



Abordar o tema Ética é sempre bastante polêmico e abrangente, bem como analisar as alternativas utilizadas pelas organizações para colocar em prática a questão ética no seu meio produtivo. Sabe-se que a Ética em si é algo que pode ser provocado, mas nunca imposto. Ser ético e agir eticamente depende de todo um contexto sociocultural no qual o indivíduo está inserido. Muitas vezes o que uns consideram ético, necessariamente não o é para outros.

Em meio a valores e princípios individuais, a organização se depara com a dificuldade de engajar seus funcionários na percepção ética da missão e visão a serem alcançados. Claro se faz neste momento, que o funcionário somente será inteiramente comprometido com a empresa, se a questão ética proposta for sólida e transparente. Ninguém com princípios definidos, consegue agir comprometidamente em uma empresa que sobrevive de "fachada". A Ética somente pode ser provocada no meio organizacional se de fato fizer parte da crença e valores da empresa.

No entanto, para isso, faz-se necessário instigar o pensamento crítico com relação às empresas que propõem códigos de conduta, ou que se mostram no mercado como sendo socialmente responsáveis. Tem-se, muitas vezes, a concepção de código de conduta como sendo uma série de regrinhas que precisam ser seguidas rigidamente; contudo, quando essas regrinhas somente são comunicadas, sem um trabalho de elaboração conjunto com todos os interessados, não podem ser consideradas. O ser humano só pode ser ético por convicção e não por coerção. Agir por ordem superior, por imposição e até mesmo temor, não torna as pessoas éticas.

A responsabilidade social também é um assunto questionável. Com a exigência cada vez mais acirrada de um mercado totalmente globalizado e em constante avanço tecnológico, as empresas veem na responsabilidade social um trunfo para garantir sua posição em destaque. Isto porque, na maioria das vezes, a responsabilidade social surge nas empresas devido a cobrança do governo, meios de comunicação, concorrência, abatimento nos impostos, e não por se acreditar que uma ação voltada ao bem comum seja possível.

Realmente explorar o assunto ética é muito vultoso e envolve várias vertentes de pesquisa. No entanto, procuramos enfatizar uma delas, em que trazemos a tona o posicionamento crítico e coerente do RH como um possível facilitador do desenvolvimento da ética no meio organizacional. Ética esta que se preocupa com as pessoas e com o meio em que estão inseridas. Ética que transcende noções de filantropia e falsos moralismos, e que realmente se compromete com as problemáticas a serem trabalhadas, melhoradas e até mesmo sanadas.

Sabe-se que tudo se relaciona às pessoas, e levá-las em consideração é uma ótima solução a ser desenvolvida pelo RH estratégico. Uma gestão participativa, que priorize as competências de seus funcionários, impulsiona o agir ético e o comprometimento com as metas a serem alcançadas. Como diz o administrador Francisco Gomes de Matos, "sem participação não há responsabilidade". O RH deve trabalhar a conscientização dos dirigentes, quanto a importância da valorização humana.

E finalizando, defendemos que esta valorização pode ser constantemente desenvolvida através do processo de Educação Continuada, em que o ser humano, através da troca e assimilação de conhecimento, favorece sua capacidade de intervenção e participação no processo decisório da empresa. Através da gestão do conhecimento torna-se cada vez mais influente e capacitado a liderar e auxiliar na preparação de outros líderes.




Kety Cristina Boralli Biscalchin
Assistente social do Grupo Unidas / Piracicaba
Especialista em Serviço Social Organizacional e Gestão de Recursos Humanos.

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