sexta-feira, 26 de abril de 2013

Curso de Engenharia de Cemitérios




APRESENTAÇÃO
O curso agiliza e simplifica de maneira didática os procedimentos de licenciamento ambiental de cemitérios. Considera a necessidade da proteção do solo, subsolo, recursos hídricos superficiais e subterrâneos, a proteção da saúde publica, a qualidade de vida, as praticas e valores religiosos e culturais da população, visando a melhoria continua e o aprimoramento da gestão ambiental.

OBJETIVOS
O objetivo centralizador do curso norteia-se na Resolução nº 335, de 28.03.2003, do CONAMA, que dispõe sobre licenciamento ambiental de cemitérios e Resolução 19/2004 da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, com suas alterações editadas em 2005

PUBLICO ALVO
rquitetos, engenheiros, profissionais ligados à administração pública e à órgãos ambientais, profissionais ligados ao segmento de cemitérios e estudantes

DATAS E HORÁRIOS
03 e 04, 10 e 11/05/2013
Sextas-feiras: 19:30 as 22:30 horas
Sábados: 09:00 as 17:00 horas

LOCAL
Instituto de Engenharia do Paraná
Rua Emiliano Perneta, 174 – 11º Andar - Centro
Curitiba – Paraná

CARGA HORÁRIA 
20 Horas

MINISTRANTE
Elma Nery de Lima Romanó, Engenheira Agrônoma, Mestre em Ciências do Solo pela UFPR, com a dissertação de mestrado Caracterização Física dos solos dos Cemitérios Municipais de Santa Cândida e Boqueirão, no município de Curitiba; Doutoranda em Conservação da Natureza; professora do Curso de Pós-Graduação em Gestão Ambiental do Instituto de Engenharia do Paraná da disciplina de Avaliação Monetária de Danos Ambientais; Coordenadora do Comitê de Meio Ambiente do Instituto de Engenharia do Paraná e Conselheira do CREA-PR.

PROMOÇÃO
PROAMBIENTES SOCIEDADE DE ENSINO E PESQUISAS LTDA.

CERTIFICAÇÃO
O Certificado será emitido pela PROAMBIENTES Sociedade de Ensino e Pesquisas Ltda.

INSCRIÇÃO
Via email: cursos@proambientes.com

VALOR DO INVESTIMENTO
- Profissionais R$ 480,00 (Quatrocentos e oitenta reais)
- Empresas R$ 430,00 ( Quatrocentos e trinta reais)
- Estudantes R$ 380,00 (Trezentos e oitenta reais)

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS
- Ficha de Cadastro preenchida
- Comprovação de Estudante (se for o caso)

DISCIPLINAS
- Os cemitérios dentro da História
- Origem da palavra
- Tipos de Cemitérios
- Arquitetura Tumular
- Tipos de sepultamento e túmulos
- Decomposição dos cadáveres
- Liberação do necrochorume (fase coliquativa)
- Aspectos ambientais - problemática ambiental
- Problemática da má localização dos cemitérios / áreas adequadas e /inadequadas
- Contaminação do solo e contaminação das águas superficiais e nível, Hidrostático, Passivos ambientais medidas mitigadoras e remediadoras
- Legislação ambiental sobre cemitérios, aspectos técnicos
- Estudo de caso: Cemitério Municipal de Santa Cândida e Cemitério Municipal do Boqueirão
- Aula prática em uma visita e um cemitério ou crematório a ser definida
- Elaboração de um projeto de cemitério, com todas as suas implicações ambientais.

OUTRAS INFORMAÇÕES - PROAMBIENTES
Telefone: 41- 3262-0164
e-mail: cursos@proambientes.com
site: www.proambientes.com

 Reconstrução Facial e Necromaquiagem (Face, Cabelos e Mãos) com Técnicas em Vendas

Data18/05/2013 até 19/05/2013

Vagas Limitadas: 20 alunos 

Palestrante:
 Venância Vieira Bezerra e Sr. Clayton Mauro Marchioro

Local do Curso: Protanato Industria e Comércio de Produtos e Equipamentos Funerários Ltda
Rua Travessa Raul Munhoz, 62 – São Francisco – Curitiba - PR
Fone: (41) 3039-5959 – 3018-2576

Grade Curricular / Conteúdo Aplicado

- Necromaquiagem – Face
- Historia da maquiagem
- O profissional
- Instrumentos para maquiagem
- Materiais e equipamentos
- Cores e maquiagem/Conhecendo a pele
- Sobrancelhas e rosto/ Fazendo as sobrancelhas/Correção das sobrancelhas
- Formato do rosto/Seqüência da maquiagem
- Limpeza/Tonificação/Hidratação/Correção
- Fixação/Correções
- Aplicação de blush conforme formato do rosto/Correção nos lábios
- Necromaquiagem passo a passo/infantil/discreta/sofisticada/nude/negras, morenas e mulatas
- Necromaquiagem para homem

Necromaquiagem – Cabelos

- Conhecendo os tipos de fios/ Tintura de cabelos e retoque de raízes
- Maquiagem capilar/ Arrumação dos cabelos/Penteados e Fixação

Necromaquiagem – Mãos

- Descrição anatômica da unha/Massagem das mãos
- Assepsia/Corte, formato das unhas
- Técnicas de esmaltagem/ Manicure para homens

Reconstrução facial com técnicas de vendas

- Decomposição cadavérica/Noções de Tanatopraxia
- Riscos Biológicos/Anatomia da face
- Técnicas para a Reconstrução da Face
- Técnicas de Venda da Reconstrução Facial e da Necromaquiagem

Investimentos: R$ 650,00 (Seiscentos e Cinqüenta Reais) Incluso: Material didático e Coffee Break 

Último dia para inscrição:
 13/05/2013 ou até durarem as vagas

Conta para depósito: Caixa Econômica Federal – Ag: 1633 – Operação 022 – C/P: 263-7, favorecido Pro Tanato.

Inscrições podem ser feitas pelos seguintes contatos:
Venância Vieira Bezerra
Email: cursos.necro@live.com
Fone / Fax: 55 (19)8180-1001 – Tim
55 (19)9112-5313 - Claro

Franciane Ines Kloc

Dpto. Comercial
Fone / Fax: 55 (41)3039-5959 / 3018-2576
E-mail: comercial@protanato.com.br
MSN: protanato@hotmail.com
Site: http://www.protanato.com.br
Endereço: Al General Raul Munhoz, 62, Sobre Loja, São Francisco, Curitiba – PR. 

Quando a Natureza Inverte a Ordem: Sepultamento de Criança




"Cada morte de uma criança enfatiza o mistério ao qual estamos mergulhados, e que não é silencioso: ele fala alto" (Lya Luft)


Conta uma antiga história que um velho imperador pai de muitos filhos e avó de muitos netos sofria todos os dias de um medo terrível frente à possibilidade de perder essas pessoas que lhe eram tão preciosas. Ele tenta se valer de toda sua influência e poder para conseguir fórmulas e procedimentos que garantissem aos seus filhos e netos vida longa e a felicidade que ele tanto desejava.
Certo dia, um velho sábio deixa no livro sagrado do imperador, as seguintes palavras '"os avós, morrem, os pais morrem e os filhos morrem". Ao ler tais desejos, o imperador tomou-os como maldição e enfurecido pediu que o velho se explicasse sob pena de ser preso. Diante da exigência do imperador , o sábio respondeu:
- Majestade, eu não sei receitas para impedir a morte. Ela virá de qualquer forma, o que eu posso desejar é que ela venha na ordem natural. Desejo que vossa majestade morra antes que seus filhos e que estes morram antes de seus netos, por isso invoquei a morte na ordem da felicidade: "os avós morrem, os filhos morrem, os netos morrem".



Assim como o imperador da história acima, sempre esperamos que os acontecimentos sigam um curso natural. Insistimos em ignorar a consciência da finitude da vida, embora faça parte de nosso acervo de conhecimentos e só a encaramos quando bate em nossa porta.

A perda de um ente querido por morte produz um longo e árduo trabalho de luto que na definição de Mazorra (2001,p.1) "... é um processo de reconstrução, de reorganização diante da morte, desafio emocional e cognitivo com o qual o sujeito tem que lidar" . Se não bastassem todas essas tarefas, um agravante a mais se impõe quando morre uma criança. Nós, que acompanhamos famílias enlutadas, sabemos quanto esse fato é desorganizador e produz ceticismo, revolta e muita raiva. Quem disse que luto é só tristeza? Sentimentos que podem se alastrar nos familiares que perdem uma criança são a raiva e a incompreensão por um processo de inversão da natureza. Mesmo sabendo que a morte é inevitável esperamos sempre que os mais velhos morram primeiro. É muito comum que os pais que enterram seus filhos jovens, levem um tempo longo para se conformarem com a perda tão precoce.

Tudo parece escapar da nossa compreensão e do nosso controle, quando vimos a morte prematura, e muitas vezes violenta, de uma criança. Uma reviravolta surge em todas as certezas humanas, produzindo ruídos e dores dilacerantes. Nós, que trabalhamos direta ou indiretamente com a morte, não estamos imunes a este sofrimento diante da morte de crianças e jovens. A idade ou o tipo de morte é sempre uma variável de reflexão e ensinamento muito particular.

Na nossa condição humana de "ser" há um discurso implícito que nos rodeia com muitas fantasias de que crianças e jovens são eternos, simbolizam a vida, o começo, os sonhos, o futuro. Quando somos colocados na exata dimensão de nossa existência - a finitude - nos deparamos com uma verdade tensa e escorregadia.

Em nossos cursos para equipes de cemitérios e funerárias, ouvimos com freqüência depoimentos acerca do sentimento de angústia e sofrimento dos sepultadores e agentes funerários quando têm que lidar com um corpo infantil. Como Lya Luft escreveu recentemente em um artigo para Revista VEJA, trata-se de uma tarefa difícil que produz um "zoom" nos mistérios nos quais estamos mergulhados e fala muito alto em nossos ouvidos.

Como cuidadores dos corpos, dos sepultamentos e das famílias enlutadas, precisamos aprender a usar nossos sentimentos diante das adversidades a que somos expostos no trabalho com a finalidade de torná-los nossos parceiros em um atendimento sempre ético, empático e humanizado. Sensibilizados diante de uma família em sofrimento por uma morte de criança ou jovem, devemos nos empenhar ao máximo para criar boas condições de luto para esta família.

O que são boas condições de luto, afinal, para alguém que teve uma perda tão dolorida? 

O que chamamos de boas condições de luto é um leque de ações da equipe de cemitério e funerária, bem estruturadas, delicadas e assertivas, desde o manejo do corpo até os trâmites administrativos. Quando um atendimento é demorado, indelicado ou pouco preciso, ele sobrecarrega a família com problemas que ela não precisaria viver e não cria boas condições de luto. Assim, as condições que favorecem um bom luto são aquelas nas quais permitimos que a família tenha que lidar apenas com a sua dor pela perda e não sobrecarregá-la com outros problemas provocados por um atendimento de má qualidade.

Além de usarmos nossos sentimentos em favor de um atendimento com excelência, podemos usá-los também a nosso favor. De que forma?

Enfatizamos com freqüência, em nossos treinamentos, o privilégio que temos por trabalhar diante da morte cotidianamente, pois ela nos faz pensar a vida. Embora tenhamos todos os dias doses homeopáticas de sofrimento humano, retornamos para nossas famílias e amigos certos da fragilidade da vida e portanto sedentos de aproveitar cada minuto com as pessoas que amamos.

Sinta-se "estranhamente especial" por trabalhar com a morte, mesmo que as pessoas te digam o contrário.



Fonte: Ana Lúcia Naletto e Lélia de Cássia Faleiros Oliveira são psicólogas clínicas do centro de Psicologia Maiêutica, especializadas no trabalho com enlutados e desenvolvem projetos de apoio à família em luto e cursos para equipes de cemitérios, crematórios e funerárias.www.centromaieutica.com.br

terça-feira, 16 de abril de 2013

Como as Religiões Encaram a Morte



A Morte Em Seu Pálido Cavalo” por William Blake(1757-1827)
Candomblé
Significado: a vida continua por meio da força vital do indivíduo. A parte imperecível do corpo (ou “ori”) não acaba, afirma o antropólogo Acácio Almeida Santos. E toda morte é fruto de uma intervenção.
Preparação: cultivando sempre sua força vital, pois as pessoas podem mudar seus destinos, apesar de existirem interferências na morte.
Reencarnação: o “ori” volta para a mesma família, mas em outro corpo. Já os homens fortes, que têm filhos, maturidade, prestígio social e morte aceitável, tornam-se ancestrais.
Ritual: denominado “axexê”, o rito funerário começa após o enterro e costuma durar vários dias. Na cerimônia, algumas pessoas que têm relação com o morto são chamadas para participar do ritual em que o espírito do corpo é encaminhado para outra terra. Nessa passagem, elementos simbólicos e materiais (objetos pessoais sacralizados) são quebrados e jogados em água corrente.
Luto: a morte é uma desordem que leva tempo para ser superada. Após alguns anos, aquela pessoa passa a interferir na energia vital do grupo ao qual pertencia.
Catolicismo
Significado: é vista como uma passagem, a porta de entrada para a ressurreição. “A religião enxerga apenas os vivos e os ressuscitados. Não existem mortos”, diz o padre Paulo Crozera, coordenador da Pastoral Universitária da PUC-Campinas.
Preparação: ter em mente que a vida é um dom divino e deve ser vivida da melhor forma possível.
Reencarnação: todos serão ressuscitados porque Cristo é quem livra a pessoa do pecado, mas não existe a reencarnação. Corpo e alma são uma coisa só.
Ritual: vela-se o corpo e, além das orações populares que costumam ser feitas durante o velório católico, como o pai-nosso e a ave-maria, um padre ou ministro faz uma celebração para encomendar a vida da pessoa para as mãos de Deus. As velas, colocadas ao lado do caixão, simbolizam a luz de Cristo ressuscitado e a vida que vai se consumindo, mas que sempre brilha.
Luto: são feitas celebrações em memória do morto no sétimo dia, no primeiro mês e no primeiro ano. Acredita-se que esse processo precisa ser vivido para que se possa lidar da melhor forma com a morte.
Espiritismo
Significado: a morte não existe porque acredita-se na eternidade do espírito. “O corpo é uma veste, e a reencarnação serve para o espírito evoluir”, diz Ana Gaspar, que faz parte do Conselho Doutrinário do Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz.
Preparação: aprende-se a agir após os estudos de livros de Allan Kardec, pai do espiritismo. Como acredita-se que o médium é intermediário entre os vivos e a alma dos mortos, isso significa que existe a possibilidade de comunicação com o espírito que já deixou aquele corpo.
Reencarnação: quando o corpo morre, o espírito se desliga e fica no mundo espiritual estudando e se preparando para uma nova reencarnação. As encarnações acontecem até o espírito atingir sua evolução.
Ritual: o corpo é velado e enterrado ou cremado. As preces ajudam o caminho para o mundo espiritual.
Luto: não existe porque não se acredita na morte.
Islamismo
Significado: passagem desta vida para outra, eterna. “Quem fizer o bem será julgado por Deus e vai para o paraíso. Quem fizer o mal também será julgado e irá para o inferno”, diz Abdul Nasser, secretário-geral da Liga Juventude Islâmica do Brasil.
Preparação: desde a infância é passada a noção de que tudo que começa tem um fim.
Reencarnação: não acredita. A alma teve tempo suficiente na terra para cumprir sua tarefa. Ritual: o corpo é lavado pelos familiares -sempre do mesmo sexo- e enrolado em três panos brancos. Depois, é colocado em um caixão para que os parentes mais próximos se despeçam e levado à mesquita. A partir daí, apenas os homens participam.
Luto: dura três dias. Quando a mulher perde o marido, o tempo sobe para 130 dias, período em que ela não pode sair de casa, a não ser em emergências.
Judaísmo
Significado: é o fim do corpo material. “A verdadeira pessoa, que é a alma, é eterna”, diz o rabino Avraham Zajac.
Preparação: a criança aprende desde o início que a vida é feita de mudanças.
Reencarnação: existe outro mundo, para onde as almas vão, chamado de “olam habá” (mundo vindouro). No entanto a alma pode voltar para a terra num outro corpo para completar sua missão.
Ritual: o corpo é envolvido em panos brancos, e o caixão é fechado para que ninguém mais o toque. Familiares e amigos rezam salmos. Parentes próximos cortam tecido da roupa para mostrar o luto.
Luto: na primeira semana, os parentes se reúnem para rezar em casa. Apenas o espiritual conta, por isso os espelhos da casa, que refletem o corpo material, são cobertos. A pessoa é lembrada na data de morte por todos os anos seguintes.
Protestantismo
Significado: período de transição para outra vida, explica o pastor Fernando Marques, da Igreja Metodista Central de São Paulo.
Preparação: ter fé na palavra de Deus, que julgará o destino da pessoa no céu ou no inferno, não a partir das ações dela, mas pela sua fé.
Reencarnação: não existe. Acredita-se em uma próxima vida em comunhão com Deus.
Ritual: velório e enterro são feitos em homenagem à família do morto.
Luto: não há regras.
Zen-Budismo
Significado: o corpo se transforma em elementos básicos da natureza, mas a energia das ações e das palavras continuam repercutindo na terra por muito tempo, diz a monja Coen de Souza.
Preparação: meditação, que possibilita a compreensão de que tudo é transitório e interligado.
Reencarnação: renascimento é a palavra mais apropriada. Acredita-se que um ser mais “verdadeiro” (mais puro) vai retornar.
Ritual: flores, velas e incenso no velório. Os parentes usam roupas escuras, e são feitas preces.
Luto: preces ou transcrições de textos sagrados durante 49 dias a cada sete dias.
FONTE: Folha de São Paulo (08/11/2001)

A Morte na Cultura Africana


Em nossa sociedade, o medo da morte faz parte do cotidiano das pessoas. Elas fazem de tudo para aumentar os seus anos de vida, lançando mão dos recursos da medicina e até de crenças religiosas inescrupulosas. No entanto, nesta mesma sociedade, reina uma cultura de morte: o aumento da indústria bélica, o tráfico de drogas e o desrespeito ecológico. Diferente é o que acontece na cultura africana da qual damos o exemplo na Costa de Marfim

RESPEITO À MORTE

Na cultura africana, o morrer com idade avançada e ter um funeral digno (com muita festa) são sinônimos de uma boa morte. Em vista disso, muitas pessoas preparam de antemão o seu próprio funeral, guardando dinheiro e encarregando pessoas para se ocuparem da cerimônia fúnebre.
A morte de um membro da tribo não interessa somente à sua família ou ao grupo de parentes e amigos, mas envolve todos os aldeões. Por isso, quando morre um membro na aldeia, a família não pode publicar a sua morte ou manifestar seu sentimento de desconsolo antes que a notícia seja comunicada ao chefe da aldeia. Será ele que, em seguida, dará ordens ao tocador de tambor para que convoque a população na praça pública, debaixo de uma árvore, lugar do anúncio oficial de qualquer notícia importante.
O som do "tambor-falante" (realmente existe uma linguagem codificada no som do tambor, que é ritmado com sons alternados) é entendido à distância e cada aldeão deixa imediatamente seus afazeres, mesmo estando na roça, para participar do anúncio da partida de um dos seus, para a "aldeia dos antepassados". Somente depois que a notícia é dada, todos os presentes, do menor ao maior, para manifestar seus sentimentos de pesar, terão que chorar um pouco, nem que sejam "lágrimas de crocodilo". Em seguida, um ancião consola a todos e juntos vão para a casa do falecido.
Chegando lá, os anciãos tomarão as decisões mais urgentes para o bom andamento do funeral: - quem vai lavar o cadáver? - quem vai cavar a cova fúnebre? - qual a religião que o falecido praticava, para que sua crença seja respeitada? (na região da Costa do Marfim, onde trabalhei, predominavam as religiões muçulmana, animista e católica) - quem vai organizar a dança fúnebre? - quem vai dar a notícia às outras aldeias vizinhas? Essa última função é reservada ao chefe e seus notáveis. Só eles podem dar o anúncio oficial da morte de algum membro da aldeia, dando a impressão de que o chefe é o "proprietário" de todos os aldeões.
EXPOSIÇÃO DO MORTO
Depois de lavado o corpo do defunto, ele é exposto para a visitação dos aldeões. Não existe uma regra única para a exposição do cadáver - isso depende do status social do falecido ou do que ele mais gostava em vida. Se ele era um chefe, será revestido de toda a sua indumentária tradicional e contará com a presença de suas serventes, que passarão o tempo todo espantando as moscas e insetos que se aventurarem a pousar sobre o corpo.
No caso de uma moça bonita, depois de bem vestida e ornamentada com bijuterias, será exposta sentada numa cadeira, com as costas apoiadas na parede, os olhos abertos e as mãos apoiadas sobre os joelhos. Dessa forma, os visitadores poderão contemplar ainda a sua beleza.
Nesta postura, acreditam, ela se alegrará com o espetáculo da dança que será feito em sua honra. Quando o falecido é um rapaz que gostava de jogar futebol, terá ao seu lado uma bola, um apito, e seus colegas lhe prestarão uma homenagem, como se estivessem jogando uma partida de futebol.
SEPULTAMENTO
Antes do momento do enterro, muitas pessoas trazem uma peça de pano, às vezes de qualidade, para oferecer ao defunto, que será embrulhado nele. Serão estes panos, conforme a crença, que ele apresentará aos seus antepassados que estão em outra vida, dizendo-lhes: "Veja o que meus parentes e amigos me ofereceram; eles foram generosos para comigo". Desta forma, os antepassados continuarão a abençoar e proteger aquela aldeia e todos os seus habitantes.
As pessoas oferecem também animais domésticos (galo, cabrito, carneiro ... ), para serem sacrificados em sua honra ou servidos como alimento para os visitantes. Nada daquilo que foi doado poderá ser guardado, tudo deve ser oferecido em sacrifício ou utilizado nos dias que sucederão a cerimônia fúnebre. O termômetro para determinar o quanto uma pessoa foi amada em sua vida terrena é medido pelos dons e pela solenidade da cerimônia fúnebre (dança, música, comida, bebida, visitantes ... ). A duração da cerimônia é de três dias para as mulheres e de quatro dias para os homens. Naturalmente, devido ao intenso calor que reina no solo africano, o sepultamento é feito num espaço de 24 horas.
MOMENTO FORTE DE EVANGELIZAÇÃO
A celebração de um funeral é, para nós missionários, uma excelente ocasião para fazer pastoral e apresentar aos africanos a teologia da fé cristã sobre a morte. Isso porque temos diante de nós toda a população, da aldeia enlutada e das aldeias vizinhas, que vem compartilhar a dor dos irmãos de sangue. Entre todos existe um respeito muito grande pela religião que oficializa a cerimônia. As nossas celebrações religiosas fúnebres são bem aceitas porque, além de apresentar a novidade cristã sobre a morte, foram progressivamente inculturadas, preservando o ritual tradicional que é permeado de danças e músicas que acompanham a oração e a meditação.
Mesmo quando o falecido era de outra religião, eu sempre fazia questão de participar dos funerais. Era uma ocasião para tornar-me conhecido pelo povo e, participando de um dos acontecimentos mais marcantes dentro da cultura africana, conquistar a amizade e a confiança, elementos básicos para uma eficaz evangelização. Diz um sábio provérbio africano: "A esteira da morte está estendida na frente de todos os mortais".
Certo dia, um idoso chamou-me ao quarto dele e, com uma alegria enorme estampada no seu rosto, mostrou-me o seu caixão fúnebre e os tecidos chiques que seriam utilizados no dia do seu enterro. Sem contar ainda, uma vez, em que levaram-me para dormir num quarto escuro. Quando entrei, não percebi nada de estranho, mas com o raiar do dia vi que tinha do lado oposto da cama um caixão fúnebre. Então perguntei ao dono da casa o porquê daquilo e ele tranqüilamente me disse que aquele caixão estava reservado para o seu pai, que já era idoso ...
Quando morre um chefe, a sua morte não é anunciada imediatamente. Às vezes, passam-se meses para o anúncio oficial, dando assim tempo para se fazerem os devidos preparativos. Então, para atenuar a morte, usam a expressão: "o chefe está com dor no pé". Assim, todo mundo sabe que ele já faleceu, mas ainda é proibido falar ou chorar a sua morte. Para exprimir a compaixão de todos os habitantes da aldeia com a morte do seu chefe, os idosos dizem, em linguagem proverbial: "A árvore que dá frutos doces, dá também frutos azedos".

Centro de pesquisa da fazenda de corpos

Centro de pesquisa da fazenda de corpos
A primeira fazenda de corpos (oficialmente conhecida como Centro de Antropologia Forense da Universidade do Tennessee [em inglês]) foi inaugurada pelo Dr. William Bass em 1971. Bass reconheceu a necessidade de pesquisar a decomposição humana depois que a polícia, repetidamente, pediu sua ajuda para analisar corpos em investigações criminais. O que começou como uma pequena área com apenas um corpo evoluiu para um complexo de 12.000 metros quadrados com os restos mortais de 40 pessoas. A instalação ficou conhecida (e ganhou seu apelido) depois de ter inspirado o romance de Patricia Cornwell de 1995, "The Body Farm" (A fazenda de corpos).

iStockphoto/ranplett
Em fazendas de corpos, os cadáveres são posicionados em determinados locais para que possam se decompor. Estudantes de antropologia forense estudam como o ambiente afeta os corpos e seus índices de
de composição.
 

De onde vêm estes corpos? Quando o Dr. Bass iniciou os trabalhos utilizava corpos de indigentes das unidades médicas de pesquisa. Posteriormente, as pessoas passaram a doar seus corpos ao centro para facilitar os estudos forenses.

Não há um padrão comum de diretrizes a serem seguidas por esses centros de estudos, além de segurança, proteção e privacidade. Até mesmo a dimensão das instalações variam. A fazenda de corpos da Universidadea Western Carolina tem cerca de 300 metros quadrados. Foi construída para manter 6 a 10 corpos por vez, enquanto a da Universidade do Tennessee possui 40 corpos em seus 12.000 metros quadrados. A fazenda de corpos no Texas é maior: a instalação na Universidade do Texas (em inglês)-San Marcos possui cerca de 20.000 metros quadrados.

Cada instalação possui um foco diferenciado. A fazenda de corpos do Tennessee desenvolve um amplo estudo sobre a decomposição do corpo sob todas as condições - enterrado, a céu aberto, sob a água e até no porta-malas de carros. Já em Western Carolina se enfatiza o estudo da decomposição na região montanhosa da Carolina do Norte e do Sul. A fazenda de corpos do Texas também oferece dados específicos da região. Antropólogos forenses de estados como Novo México (em inglês) aguardam dados do Texas para que possam estudar amplamente a decomposição em climas desérticos.

Geralmente, quando o centro aceita um corpo, o mesmo é colocado em um refrigerador (similar ao encontrado em necrotério). O cadáver é identificado com um número e colocado em uma localização específica no terreno. A localização de cada corpo é cuidadosamente mapeada. Os estudantes aprendem a manter uma seqüência de evidências quando trabalham com pessoas reais. Em uma investigação criminal, é fundamental que quem vai lidar com o corpo registre a manipulação do mesmo. Desta maneira, nenhuma questão legal poderá ser levantada quanto à integridade das provas ou possíveis disparidades sob sua custódia.

Os corpos se decompõe durante muito tempo. Depois os estudantes praticam exercícios relacionados à localização, coleta e remoção de restos mortais da área. Os restos são levados ao laboratório e depois são analisados. Quando a análise é finalizada, o esqueleto pode ser devolvido à família do falecido para o funeral, caso este seja o pedido da família. Caso contrário, é provável que permaneça na coleção de esqueletos do departamento. A Universidade de T-Knoxville ostenta uma coleção de restos mortais de mais de 700 pessoas.

As fazendas de corpos podem proteger ou não os corpos em uma espécie de gaiola. Esta medida evita que os coiotes no Texas dilacerem as partes do cadáver. No centro da Carolina Ocidental, cercas de proteção são suficientes.

Corpos de alunos
Em 2006, havia mais corpos e esqueletos na universidade de T-Knoxville (cerca de 900 na coleção de ossos, sendo 700 esqueletos divididos em duas coleções e mais de 40 na própria fazenda) do que estudantes asiáticos inscritos (que somavam 673 pessoas entre alunos universitários e os já formados) (fonte: Nair).

Antropólogos forenses

Dependendo da profundidade que o caixão for enterrado, o corpo pode ficar completamente livre de tecidos e carne dentro de 40 a 50 anos. Cadáveres desprotegidos se decompõem até o estágio do esqueleto muito antes disso. No entanto, pode levar centenas de anos para os ossos se decomporem totalmente.

Embora muitos corpos tenham sido descobertos antes de virarem pó, normalmente um tempo suficiente - dias ou muitos anos - já se passaram, impossibilitando identificar visualmente um individuo encontrado em circunstâncias misteriosas. A pele, o músculo e outros tecidos podem ter se decomposto ou podem ter sido ingeridos por animais selvagens. O que é mais provável que se conserve é o esqueleto. É nele que as respostas normalmente são encontradas.

Antropologia forense é o estudo e a análise de restos mortais humanos com o objetivo de ajudar em investigações criminais. Esses especialistas fornecem informações sobre a origem e a identidade de um corpo, bem como a forma e o momento da morte. A área forense tem diversos segmentos - desde entomologia forense (estudo de evidências de insetos) à odontologia  (análise de provas dentárias [em inglês]). Um antropólogo forense pode consultar um odontologista, por exemplo, para determinar com maior precisão a idade média de um esqueleto humano.

Stefan Klein © iStockphoto.com
Os antropologistas forenses reconstroem e identificam corpos desconhecidos para ajudar a solucionar crimes por meio da análise dos ossos humanos

Quando um corpo é descoberto, um antropólogo forense é intimado ao local do crime para ajudar a encontrar e reunir restos mortais. Não é tão simples quanto parece. Pode haver dois corpos juntos numa cova rasa ou o corpo pode ter sido encontrado entre ossos de animais deixados por caçadores. O profissional separa os ossos dos outros materiais, os leva ao laboratório e os limpa para depois examiná-los. A análise é complicada por uma série de motivos. Por exemplo, um trauma no osso pode revelar luta com o assassino ou pode ser apenas resultado de um acidente na infância. O exame forense pode ajudar a determinar qual é o caso. Antropólogos forenses também prestam depoimento na justiça sobre suas descobertas - reafirmando sua opinião sobre a identidade ou perfil do indivíduo e a presença de traumas nos ossos ou esqueleto. Quando cientistas forenses aparecem em seriados de crimes na TV, o papel que desempenham normalmente é impreciso e exagerado. O antropólogo forense estuda apenas os ossos e os restos em decomposição de uma pessoa - e não o resquício misterioso de sangue no punho, o chiclete mastigado na boca da vítima ou o padrão peculiar de manchas de sangue na parede atrás do corpo. Algumas tarefas não executadas por eles incluem:

coleta e análise de DNA;
autópsia;
análise de padrão de mancha de sangue;
busca por fios de cabelo, fibras ou outras provas do gênero;
estudo de balística ou outras provas relacionadas a armas
Mesmo que os antropólogos forenses não façam tudo o que fazem na TV, eles têm um trabalho específico. Para analisar corpos corretamente, devem aprender sobre decomposição. Ter experiência imediata ajuda - e é isto que justifica a fazenda de corpos. Elas são como laboratórios práticos onde estudantes aprendem os efeitos ambientais sobre o corpo, assim como observam o processo de decomposição de perto.

Morte humana e decomposição

Como funcionam as fazendas de corpos
por Tom Scheve - traduzido por HowStuffWorks Brasil

A fim de compreender como as fazendas de corpos funcionam, é interessante saber alguns dados básicos sobre a morte humana e a decomposição. Embora soe bastante macabro, é perfeitamente normal que o corpo passe por diversas mudanças radicais quando a pessoa morre.

Para começar, quando o coração pára de bater, as células do corpo e os tecidos param de receber oxigênio. As células cerebrais são as primeiras a morrer - normalmente em três a sete minutos (fonte: Macnair). Ossos e células da pele, no entanto, sobrevivem por diversos dias. O sangue começa a ser drenado dos vasos sanguíneos para as partes inferiores do corpo, criando assim uma aparência pálida em alguns lugares e uma aparência mais escura em outros.

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Conforme o corpo se decompõe, os tecidos soltam uma substância esverdeada que desperta o apetite das moscas. O corpo em putrefação pode se tornar o habitat de cerca de 300 larvas.

Três horas após a morte, começa o rigor mortis, que é o endurecimento dos músculos. Após 12 horas, o corpo esfria e dentro de 24 horas (dependendo da gordura corporal e das temperaturas externas) perde todo o calor interno em um processo chamado algor mortis. Depois de 36 horas, o tecido corporal começa a perder sua rigidez e, dentro de 72 horas, a rigidez cadavérica diminui.

Conforme as células morrem, as bactérias dentro do corpo começam a desintegrá-lo. Enzimas no pâncreas fazem com que o órgão se dissolva sozinho. O corpo logo assume uma aparência horrível e começa a cheirar mal. Tecidos em decomposição liberam uma substância esverdeada e gases como metano e sulfeto de hidrogênio. Os pulmões expelem um fluído pela boca e pelo nariz.

Insetos e animais certamente percebem tais sinais. O corpo humano oferece alimento e é um ótimo lugar para depositarem seus ovos. Uma mosca pode se alimentar bem com um cadáver e depois liberar até 300 ovos sobre ele, gerando cria em um dia.

Os gusanos - larvas que nascem destes ovos - são extremamente eficientes e carnívoros. Começando pela parte externa do corpo onde nascem as larvas usam ganchos na boca para sugar os fluídos que escorrem do cadáver. Depois de um dia, as larvas entram no segundo estágio de sua vida, cavando para dentro do cadáver.

Movendo-se em grupo, as larvas se alimentam de carne em putrefação e soltam enzimas que ajudam a tornar o corpo em uma substância pegajosa. O mecanismo de respiração se localiza na extremidade oposta da sua boca, permitindo que coma e respire simultaneamente sem interrupção de tempo. Uma larva em sua fase inicial apresenta 2 milímetros de comprimento, mas quando atinge o terceiro estágio e deixa o corpo como prepupa, pode chegar a 20 milímetros - 10 vezes seu tamanho inicial. Larvas podem consumir mais de 60% do corpo humano em menos de sete dias (fonte: Australian Museum).

O ambiente no qual o corpo está também afeta seu índice de decomposição. Por exemplo, corpos na água se decompõem duas vezes mais rápido do que aqueles enterrados no solo. Esse processo é mais lento embaixo da terra, especialmente se o corpo estiver em terreno argiloso ou protegido por outra substância sólida que impeça o ar de chegar, uma vez que a maioria das bactérias necessita de oxigênio para sobreviver.

As unhas e cabelos crescem após a morte?
Acreditava-se que as unhas e cabelos do cadáver continuavam a crescer. Para o observador casual, poderia até parecer verdade. No entanto, este efeito visual acontece em função do encolhimento da pele, couro cabeludo e cutículas.

Como funcionam as fazendas de corpos


por Tom Scheve - traduzido por HowStuffWorks Brasil

Em fevereiro de 2008, depois de meses de busca, investigadores encontraram o corpo de John Bryant - um homem de 80 anos que estava desaparecido. Um suspeito já estava na prisão, mas definir quando Bryant morreu era um dado crucial para o caso. A resposta poderia ser encontrada a partir de dados localizados em um dos centros de pesquisa mais horríveis: a fazenda de corpos.

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Floresta Nacional de Pisgah, na Carolina do Norte. Este tranquilo cenário tornou-se cena de um crime quando John e Irene Bryant desapareceram depois de uma caminhada.

O corpo de John Bryant foi localizado na Floresta Nacional de Nantahala, na Carolina do Norte (em inglês), onde caçadores normalmente jogam carcaças de animais. A mistura de ossos dos bichos com restos humanos complicou a investigação. Assim a polícia recorreu a dois especialistas em antropologia forense - ambos professores da Universidade Western Carolina - que ajudaram a localizar, recolher e datar os restos mortais do idoso. Isto ajudou a unir provas para a investigação contra o assassino.

Os antropólogos forenses podem datar restos mortais observando a atividade dos insetos sobre o corpo em decomposição, mas se já se descompôs até o esqueleto, o trabalho fica bem mais difícil. É aí que a pesquisa da fazenda de corpos começa. Elas têm ensinado os cientistas a estudar o terreno em torno dos restos mortais em busca de provas - a acidez no solo pode indicar há quanto tempo o corpo tem liberado fluidos na terra. Além disto, os especialistas passaram a prestar atenção aos efeitos do tempo e do ambiente. Os cientistas consideram o efeito do processo de putrefação sob o sol quente e árido e também como um corpo em decomposição pode ser dilacerado por animais em busca de alimento. Se os ossos maiores estiverem espalhados, é seguro assumir que o corpo está no local por um período longo (os animais carregam os ossos pequenos primeiro).

A Western Carolina é uma das três únicas universidades nos Estados Unidos que defende o mérito de permitir a decomposição de corpos humanos naquilo que seria somente um adorável campus universitário. Além da fazenda de corpos na WCU, há também fazendas na Universidade do Tennessee (em inglês)-Knoxville e na Universidade do Texas (em inglês)-San Marcos. Neste artigo, você vai saber tudo sobre fazendas de corpos e seu papel na educação e investigação. Mas, antes entenda o que acontece com o corpo quando a pessoa morre.

sábado, 6 de abril de 2013

Cemitério vertical no.Japão



Em Tóquio, uma das cidades mais populosas do mundo, cada centímetro é disputado nas ruas, nos escritórios e nos restaurantes. Se falta lugar para os vivos, imagine para os mortos.

Morrer é caro por lá. Em um dos principais cemitérios da cidade, um túmulo de tamanho médio custa o equivalente a R$ 400 mil. A solução pra fugir dessa despesa, os japoneses encontraram com ajuda da tecnologia.

Um prédio de quatro andares em Tóquio não parece, mas é um cemitério e também um templo budista.
No Japão, os cemitérios geralmente ficam no terreno dos templos. No cemitério high tech não é diferente, mas onde estão os mortos?

O monge Tatsunori Ohora convida a equipe do Fantástico a visitá-los. Antes é preciso respeitar uma regra de segurança: usar capacete. O caminho é muito apertado e a equipe do Fantástico corre o risco de bater a cabeça.
A sala tem dez metros de altura, o equivalente a um prédio de três andares. O corredor, de 15 metros de comprimento, parece o depósito de uma loja. O cemitério de alta tecnologia tem capacidade para 3,5 mil caixas, que têm as cinzas de uma pessoa ou mais. Para aproveitar bem o espaço, a sepultura pode ser compartilhada.

No Japão, os corpos são cremados. As cinzas são guardadas em urnas brancas e, em cada caixa, cabem duas urnas. Assim, o cemitério tem capacidade para 7.000 mortos, e o preço para sepultar um parente fica bem mais acessível: cada caixa custa R$ 16 mil.
Agora, como uma família vai achar as cinzas do parente num depósito desse tamanho? A resposta é, mais uma vez, tecnologia.
Rieko Minakawa, por exemplo, tem o pai e a mãe sepultados aqui. Ela chega à recepção e se identifica. Em um dos andares do cemitério, Rieko encontra um equipamento parecido com um caixa eletrônico, onde encosta um cartão magnético com os dados dos pais dela. O computador sabe o local exato da caixa e um braço mecânico vai buscá-la.

A caixa é colocada cuidadosamente no meio de uma lápide. Quando está no lugar certo, as janelas de vidro se abrem. Um porta-retrato digital mostra as fotos dos pais de Rieko. Em poucos minutos, a filha já pode colocar suas oferendas, seguindo o budismo, acender incenso e rezar.

Ela explica: "Meus pais moravam em outra cidade, longe de Tóquio. Seria difícil visitar os túmulos. Aqui eles ficam mais perto de mim".

O cemitério tem apenas oito lápides. Quando uma família termina seu ritual, abre lugar para outra. Nas épocas de maior movimento, é preciso fazer reserva pra não perder a viagem.
Um monge diz que a tecnologia não atrapalha as orações nem o sentimento das pessoas em relação aos que se foram. "Estamos perto de uma estação de trem e metrô, então as pessoas acabam visitando seus parentes com muito mais frequência do que num cemitério comum”, explica.

Terminada a oração, a caixa é retirada pelo braço mecânico e volta para o seu lugar no depósito, onde vai descansar em paz, até a próxima visita.


Data de Publicação:  3/4/2013    Fonte: http://g1.globo.com/fantastico